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Balão Intragástrico e a Alimentação: saiba tudo o que você precisa com as dicas da nutricionista Maria Paula Carlini Cambi

Por que preciso manter meu peso saudável? O que é IMC? O que posso e não posso comer com o Balão Intragástrico? Qual é a diferença entre o balão de um ano e o balão de seis meses?

Convidamos a nutricionista Maria Paula Carlini Cambi para sanar as dúvidas mais frequentes dos usuários de Balão Intragástrico em relação à alimentação pré e pós colocação do balão, assim como a manutenção do peso após a retirada.

Canal Spatz: Por que é importante manter o peso saudável?

Maria Paula Carlini Cambi: O peso corporal é um parâmetro de avaliação de saúde individual. Quem mantém seu peso dentro do índice de massa corporal aceitável no limite de 24,9Kg/m2, está de certa forma protegido do risco de doenças associadas como hipertensão arterial sistêmica, diabetes melitus, dislipidemia, doenças articulares, doenças cardiovasculares e tantas outras. Mas somente o IMC não é um único parâmetro para esta avaliação, porque desconsidera o percentual de gordura corporal. Quanto maior este percentual, maior o risco de comorbidades.

CS: Por que o IMC é a medida adotada para definir o sobrepeso e a obesidade?

MP: O índice de massa corpórea (IMC) foi criado pelo estudioso Adolphe Quételet no século XVIII e considera apenas o peso e a estatura individual. Porém, atualmente se sabe que não é o melhor método, porque desconsidera o percentual de gordura corporal. Com isso pode haver enganos na classificação de obesidade.  Existem muitos atletas, por exemplo, que possuem IMC compatível com obesidade de forma errônea, porque possuem massa livre de gordura bastante densa e que pesam muito na balança, sem contudo, representar obesidade. Uma forma adequada de avaliar a composição corporal é utilizar a bioimpedância elétrica, que pode medir com precisão os compartimentos corporais: massa livre de gordura, massa gordurosa, massa aquosa, ossos e minerais.

CS: É necessário iniciar uma dieta antes da colocação do balão?

MP: Sim. É necessário fazer alimentação líquida no dia que antecede a colocação do balão com o propósito de minimizar os sintomas de náuseas, vômitos e dor que podem ocorrer no período de pós colocação imediata do balão intragástrico.

CS: Quais são os cuidados pré-procedimento?

MP: Para o período antes da colocação do balão, é necessário usar alimentos líquidos no volume que desejar. Nosso protocolo na Clínica Baretta prevê líquidos saudáveis como iogurtes sem açúcar, água, chás claros, caldos magros, sucos de frutas coados, etc, vinte e quatro horas antes do procedimento. Indica-se jejum no mínimo de 8 horas antes do procedimento.

CS: Quais são os cuidados pós-procedimento?

MP: Após o paciente colocar o balão e retomar a consciência após a anestesia, o paciente já pode iniciar alimentação líquida restrita com 50ml de líquidos a cada meia hora de forma lenta. Esta fase dura dois dias.

CS: Após a colocação do balão, qual é a indicação de alimentação até que se possa voltar a ingerir alimentos sólidos?

MP: A evolução clássica da consistência alimentar engloba:

– 10 dias com alimentação líquida

– 02 dias com alimentos pastosos

– 05 dias com alimentos brandos (abrandados pelo cozimento)

Após isso retomar a consistência normal com alimentos crus e cozidos. Nesta fase se faz a individualização dos cardápios, educação nutricional dos grupos alimentares através do Modelo de Prato e orientações gerais sobre mastigação, fracionamento das refeições e ingestão líquida diária.

CS: Após a retirada do balão, depois dos 12 meses de tratamento, qual é a indicação para a manutenção do peso ou para continuar perdendo peso, se for o caso?

MP: Para cada caso há uma individualização do tratamento. O que é preconizado é que se deve manter atenção para não retomar o ganho de peso. Lembrar o paciente que a obesidade é uma doença inflamatória crônica que possui um controle, mas não uma cura definitiva. E por isso merece atenção individual sempre com o que se come, como pratica atividade física e que estilo de vida este paciente adquiriu após um tratamento longo perto de uma equipe multidisciplinar. Os cuidados devem ser mantidos mesmo após a retirada do balão com o intuito de continuar a eliminar peso ou manter o peso que já conseguiu perder.

CS: Qual a diferença entre uma dieta comum e a dieta associada à colocação do balão?

MP: A alimentação saudável é baseada no Modelo de Prato em que priorizamos o consumo de frutas e vegetais como metade do volume do prato, 1/4 de proteínas como carnes, frango, peixes sempre assados, cozidos e grelhados e o restante do prato seria de carboidratos de boa qualidade como os integrais.

Para quem está com balão intragástrico, teremos uma mudança importante na consistência dos alimentos de forma lenta e gradativa até chegar neste Modelo de Prato com consistência normal, sempre com prioridade nos alimentos mais secos como saladas cruas, carnes grelhadas, que demandem mais tempo de mastigação e com isso mais saciedade.

CS: Existem alimentos proibidos para quem coloca o balão?

MP: Sim. Não é recomendado o uso de chá preto, café preto, chimarrão, tereré, doces em geral, chocolates, refrigerantes, beliscos em geral e alimentos macios e moles que passam facilmente pelo balão. Estes alimentos podem ser prejudiciais para o controle calórico, porque podem ser ingeridos em grandes quantidades, sem trabalho mastigatório. Por exemplo, purê de batatas pode passar facilmente, mas um bife grelhado precisará de uma mastigação bem mais apurada e por isso será tolerado em pequena quantidade.

CS: Qual a diferença entre o balão não ajustável de permanência máxima de 06 meses e o balão ajustável de um ano?

MP: O balão de 06 meses será insuflado apenas uma vez com um volume único que será variável de acordo com a anatomia estomacal. Este volume permanecerá até o final do tempo de 06 meses. A evolução dietética será feita uma vez só.

Para o balão intragástrico SPATZ, o volume será variável e poderá ser reajustado ao longo do tratamento. Inicialmente o balão é insuflado com 500ml e pode ser ajustado após dois ou três meses. A evolução dietética deverá ser refeita após o ajuste, sempre dependendo da tolerância individual.